sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Jesus, o nosso Senhor e Mestre


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O Mestre ensina a servir

“Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo”... Jo. 13:10

O COSTUME - No clima geralmente quente do Oriente Médio, onde as pessoas costumeiramente usavam sandálias abertas, andavam em solo seco e viajavam a pé por estradas poeirentas. No lar de pessoas comuns, o anfitrião fornecia vasilhas e a água, e os visitantes lavavam os seus próprios pés (Jz. 19:21) O anfitrião mais rico usualmente ordenava que escravos fizessem a lavagem dos pés, e isto era considerado uma tarefa servil.

O MESTRE E SEUS DISCÍPULOS - A toda hora os discípulos eram surpreendidos com ilustrações, atitudes e palavras que vinham carregados de significados profundos que geralmente se revelava através de gestos simples por Jesus praticados. Ele sempre se utilizou da cultura do povo judeu e das coisas simples do dia a dia para trazer grandes ensinamentos para os seus seguidores e ouvintes. As oportunidades surgiam de perguntas e situações que aconteciam no momento em que andava no caminho com seus discípulos. Seguir Jesus, sempre foi o que hoje continua sendo: Viver um dia de cada vez ( Mt. 6:34), desfrutar da sua doce presença (Mt. 28:20), experimentar paz (Jo. 16:33), graça abundante ( Rm. 5:20) e encarar os desafios da vida com fé e perseverança (Rm. 5:2 a 5). Num dia podendo vivenciar milagres (Mt. 15:32 a 39) , no outro enfrentando tempestades e sofrendo ameaças (Lc. 8:22 a 25 – Jo. 11), mas todos os dias expostos a palavra da verdade e desafiados a reproduzir com disposição e inteireza de coração as ações de Cristo Jesus, Senhor e Mestre.

AMANDO OS SEUS – Jesus escolheu seus discípulos e esteve sempre com eles, andando, viajando por terra, atravessando o mar, em festa, em jantares, sorrindo, chorando, orando e partindo o pão. Por trás de cada gesto, atitude, elogio, exortação confrontação e repreensão, não havia outra motivação senão o amor. Sem nenhuma exceção, todos foram amados até fim. Na pergunta destinada àquele que viera trair-lhe, havia amor (Mt.26:50 ); no olhar penetrante destinado ao que lhe negou, havia amor (Lc. 24:61). No perdão concedido ao discípulo arrependido, havia amor (Jo. 21:17 ).

Deus amou o mundo, por isso se revelou em amor. Compartilhou os tesouros do céu com os pequeninos (Mt. 11:25). Tornou-se um de nós (Jo. 1:14). Deus nunca foi visto por alguém, mas Jesus, o Filho unigênito, esse, o fez conhecer (Jo. 1:18 – 4:24). “Ele é a imagem do Deus invisível...” (Col. 1:15). O Verbo encarnado ( Jo. 1:14) que ensinou com a própria existência o que é o verdadeiro amor, para que nós também pudéssemos amar e existir para os nossos em humildade, perdão e aceitação, até o fim. Um Amor que muitas vezes resulta em deixar ir sem jamais desistir, rejeitar ou abandonar (Lc 15:32). (Jo. 10:4 a 11) Em perdoar quantas vezes for solicitado o perdão (Lc. 17:3). Você precisa existir para os seus, amando-os até o fim.

LAVANDO OS PÉS – O que realmente Jesus quis dizer quando afirmou para os seus discípulos que, aquele que está limpo, não necessita lavar senão os pés? Antes de respondermos a essa pergunta, devemos reforçar que ali, não estava nascendo o ritual do “lava pés”; pois como rito, tudo aquilo perde o seu real valor e significado. O que Jesus estava sugerindo para seus discípulos era que eles existissem em amor, em doação de tempo e de vida um para com o outro. Isso significa: Cuidar, proteger, ajudar e preocupar-se mutuamente é ser e existir para alguém.

Mesmo quem já foi limpo pela palavra (Jo. 15:3) e anda no caminho da vida, pode cair, sujar-se, desviar-se ou atolar-se na lama durante a caminhada. Como diz certa canção, todos precisam ser como: “farol que brilha a noite, como ponte sobre as águas e abrigo no deserto...” para quem perde o rumo durante a jornada. É impossível viver nesse mundo e não sujar os pés na estrada empoeirada da vida. Cometemos erros, deslizes e fraquejamos em diversos momentos do nosso existir. Não somos melhores nem piores do que os outros, todos somos apenas humanos. Como é bom contar com servos de Cristo para nos ajudar nos momentos difíceis. Esteja na família, na igreja ou no ambiente de trabalho; o discípulo de Jesus faz diferença em qualquer lugar. Sua disposição para lavar os pés vem da sua consciência de que também necessita ter seus pés lavados por outros constantemente.

Lavar os pés é uma atitude do coração, de quem existe em Cristo e aprende com ele. Se ele que é Senhor e Mestre, veio para servir, então eu que sou servo e discípulo seu, devo viver da mesma maneira. Somos todos diferentes em diversos aspectos da vida, mas em sua maioria todos nós queremos ser feliz e se tornar alguém melhor. Porém se tornar alguém melhor, não significa “ser melhor do que os outros”. Na verdade ser alguém melhor é justamente ter consciência de precisamos desesperadamente uns dos outros mais do que imaginamos. Devemos abrir o nosso coração para servir.

Não importa seus títulos, seus diplomas ou sua posição na igreja, em seu lar, empresa ou etc. Se você ainda não aprendeu a servir ainda não assimilou as verdades ensinadas pelo mestre Jesus e se engana ao pensar que sabe viver. “Quem não vive pra servir, não serve pra viver” A.D. Judas ouvia Jesus, assim como todos os outros, mas nunca recebera a palavra, por isso estava sujo; submeteu-se ao rito do “Lava pé”, mas não abriu o coração por isso não guardou o ensinamento. Existe muita gente repetindo a ação do traidor; que é conhecedor da bíblia com diversos versículos e cânticos memorizados, freqüentador de igrejas, engajado em atividades religiosas, comprometido com dízimos, ofertas e campanhas de todo tipo e qualidade, gente que recebe louvores e elogios de todos os lados, mas infelizmente está sujo! Possui uma alma doente e um coração vazio. Não existe para ninguém. Preferem a frieza da religião a verdade da palavra de Deus que conduz a pratica do genuíno evangelho que trata o homem de dentro pra fora (Mc. 7:20,21 – Ef. 4:20 a 32), extraindo do coração toda espécie de males que contamina não apenas o ser, mas tudo e todos que estão ao seu redor. Os ensinamentos de Jesus encaminham o homem para o arrependimento, perdão de pecados e a vida plena. Mas infelizmente são muitos os que decidem morrer com a corda no pescoço, porque nada valorizam mais do que seus próprios interesses. Para os endurecidos não há o que ensinar, pois não recebem ensinamentos, são meros ouvinte e não praticantes resta-nos lembrar que o diabo já entrou neles e com um beijo traem o filho do homem a todo o momento quando apenas admitem: Sim, Este é Jesus de Nazaré, mas nada fazem a respeito e seguem com a mente repleta de informações e com a alma amargurada cheia de remorso eles simplesmente entregam-se à morte. Mas para aqueles que ouvem a voz do bom pastor e o seguem, aqueles que batem no peito e gritam: “Tem misericórdia de mim Senhor, pois sou pecador”! Para os que têm pouca força, mas não deixam de clamar: ”Jesus ajuda-me na minha incredulidade”. Para todos os homens e mulheres que se achegam a Deus com fome e sede de vida; todos os que querem e declaram: “A quem tenho eu no céu senão a Ti ou para quem iremos nós se Tu tens as palavras de vida eterna? Para todos os que receberam a abundancia da graça e abriram o coração para o Reino de Deus e nada possuem de especial, apenas são pessoas sujeitas às mesmas fraquezas inerentes ao ser humano que responderam: “sim, eu irei contigo Senhor” Para esses, que foram limpos pela palavra anunciada por Cristo, além do desejo de querer ser lavado completamente de alto a baixo pelas águas do terno amor de Deus, todos os dias, por reconhecer sua própria incapacidade e miserabilidade, existe a compreensão de que só é preciso permitir que lhe lave os pés, tirando a sujeira da estrada e lavar os pés do irmão que caminha junto a si no mesmo caminho e com humildade, deixar-se ser lavado por ele também.

Pois todos nós somos servos de um mesmo Senhor e este nos ensinou: “Eu vos dei o exemplo, para que, como eu fiz, façais vós também”. (Jo. 13:15)

Rosângela Augusto -24/11/09